Na última quinta-feira (19/03)
tive o privilégio de assistir ao lançamento do filme santa-mariense, "Quanto mais suicidas, menos suicidas”, curta-metragem de humor dirigido por Maurício Canterle. A exibição aconteceu na Sala Eduardo Hirtz, da Cinemateca
Paulo Amorim, da Casa de Cultura Mario Quintana, com público que lotou o
espaço.
Além de reencontrar muitos amigos
nos instantes que antecederam a sessão – o que foi um momento de regozijo –
tive o prazer de ver, refletir e debater o filme e a produção santa-mariense na
telona. As realizações audiovisuais da cidade são orgulho para muitos.
O texto que segue é de
contemplação e reverência a um filme muito bem elaborado. É no elogio ao filme
que centro minhas palavras.
Trabalhar com um tema delicado
como o suicídio não é tarefa fácil. Fazer humor genuíno no cinema também é uma
questão difícil. Quem já sentiu o gosto da pólvora ou a falta de chão –
metaforicamente, se quiserem – entende que é uma linha tênue que divide o
acertar a mão no roteiro e na direção ao tratar de um assunto tão denso para
muitos. Eles conseguiram. Com humor, insisto.
A noite reservou uma produção
ímpar. Não há uma das funções que não tenha corroborado para que o curta
chegasse ao ótimo resultado. E são muitas as funções. Destaco algumas para
reiterar esse desfecho.
Começo pela direção do Maurício.
Vejo nele um grande talento para essa função não é de hoje. Digo isso, pois a
preocupação dele com o resultado final é evidente. Lançar é uma coisa. Fazer
tudo para que esse lançamento seja o mais coerente com o que tu queres mostrar
é outra. O Canterle pensa no que vai chegar à tela. E o principal, como vai
chegar.
E se ele conseguiu fazer o que
desejava foi porque a Luísa Copetti e o Paulo Teixeira, diretores de produção, conseguiram deixar tudo
pronto para isso.
As interpretações do Zé Vitor Castiel, Rafael Pimenta, Jader Guterres e
do Tiago Teles estão no ponto do humor. Um completa o outro num sarcasmo
desvelado ao correr de cada cena, na montagem do próprio Canterle. E o decorrer
é amplificado pela exímia trilha do Márcio Echeverria.
A direção de arte da Luísa Copetti
está rigorosamente no ponto. Nem mais, nem menos. A cada filme a Luísa ratifica
o diálogo da arte com a direção de fotografia, no caso do Rafael Rigon -
revelação que se afirma a cada novo trabalho, com parceria perfeita na cor do Renan Casarin, na maquiagem da Bárbara Degrandi e
no roteiro, já destacado, escrito pelo Tomás Fleck.
E tudo isso foi possível, porque
produtores executivos escrevem o projeto, inscrevem em leis e fazem a carruagem
rodar. No caso, premiados pelo sistema Pró-Cultura – FAC – Fundo de Apoio à
Cultura – 12º Prêmio Iecine da Secretaria de Estado da Cultura. Parabéns
Christian Lüdtke e Daiane Marin. Palmas às empresas Finish Produtora e D. Marin Plannejamento Cultural, além da sempre colaboração e incentivo aos
projetos de Santa Maria, da produtora Juliane Fossatti.
Realizações como essas só
demonstram o quanto Santa Maria tem um dom inato para o cinema. Exemplos não
faltam. Nossas produções, cineclubes, cinemas de calçada, festivais e talentos
para a arte das imagens em movimento. Estão aí o Maurício e sua equipe para dar
mais uma prova disso.
Sou um bairrista. Todos que me
conhecem sabem do amor que nutro por minha terra natal.
E para os santa-marienses, a
oportunidade de ir ao lançamento será nesse segunda (23/03). O filme será
exibido no Cineclube Lanterninha Aurélio da
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria – CESMA. A sessão começa às 18h.
Assista ao teaser com o link abaixo.
Encerro afirmando – ou seria
gritando - Santa Maria é um polo cinematográfico, onde há décadas muitas
pessoas e iniciativas são protagonistas. Virar-se de costas para isso é um
absurdo inaceitável. Entendam como quiserem.